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16/01/2010

Bombeiros Sapadores de Lisboa afastados à última hora


A única corporação de bombeiros portuguesa credenciada para actuar num teatro de operações semelhante ao actual no Haiti foi afastada à última hora de integrar a missão que partiu ontem. Segundo uma fonte que participou directamente na composição da missão, os Bombeiros Sapadores de Lisboa foram excluídos por ordem do presidente da câmara, António Costa. Este, porém, em declarações ao DN, remete a responsabilidade para o Ministério da Administração Interma (MAI).


De acordo com a mesma fonte, os bombeiros sapadores de Lisboa tinham, desde as 09.30 de ontem, mobilizado um contingente de 28 elementos prontos para partir para o Haiti. Porém, ao início da tarde, António Costa - que como presidente da autarquia tem a competência da direcção dos sapadores - terá feito saber que não autorizaria a viagem, uma vez que não tinha sido consultado pelo Governo sobre a participação dos sapadores. O autarca, contactado pelo DN, apresentou outra versão dos factos: "Foi dada indicação pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) que tinha sido decidido, a nível superior, que a tipologia da missão que Portugal ia apoiar seria no âmbito da emergência médica e médico-legal." Ou seja, o MAI decidiu alterar o âmbito da missão.


Esta versão vai ao encontro da apresentada por Joaquim Leitão, comandante dos Sapadores de Lisboa: "Recebemos, na quinta-feira, um pedido de mobilização da ANPC. E mobilizamos uma equipa de 28 elementos para busca e salvamento. Cerca das 14.30, recebemos a indicação de que a tipologia da missão foi alterada para emergência hospitalar e identificação de cadáveres. Com esta tipologia, não faria sentido a nossa equipa, que está vocacionada para a busca e salvamento", declarou ao DN.


Ora, o MAI remeteu esclarecimentos para a Autoridade Nacional de Protecção Civil, que explicou desta forma a alteração da missão: "Verificou-se que já estava em curso o envio de equipas de busca e salvamento por parte de sete países (Bélgica, França, Luxemburgo, Países Baixos, Reino Unido, Islândia e Rússia). Como tal, e para colmatar as valências em falta e satisfazer as necessidades mais prementes da população do Haiti, optou-se pelo envio de uma missão assente nas valências de emergência médica, medicina legal, abrigos temporários/campo para desalojados e bens de primeira necessidade".


Seja como for, certo é que o actual teatro de operações no país que foi violentamente sacudido pelo sismo de terça-feira ainda está dominado pelas diversas operações de busca e salvamento (ver texto nestas páginas).


Entretanto, a missão portuguesa que partiu pelas 17.20 do aeródromo de Figo Maduro regressou à noite devido a uma "avaria mecânica não muito grave num dos motores" do C130 e que levou a que o piloto, "por precaução", optasse por regressar, disse à Lusa o tenente-coronel Paulo Gonçalves, das Relações Públicas da Força Aérea. A missão é constituída por um grupo do INEM para a área de emergência médica e acções de socorrismo e de pequena cirurgia, da Força Especial de Bombeiros para a montagem, organização e funcionamento do campo, uma elemento do Instituto de Medicina Legal para aspectos relacionados com a medicina forense, e por uma equipa de cinco pessoas da AMI.


Fonte: DN

Fireshelter52

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