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26/06/2010

Mato de 3 Metros Complica Combate a Incendios em Monchique


Há zonas na serra de Monchique onde o mato "já ultrapassa os três metros de altura", aumentando o risco de provocar incêndios de maiores proporções do que aqueles que deflagram naquela zona em 2003.

Bombeiros e Associação dos Agricultores de Monchique juntam as suas preocupações à da governadora civil de Faro, que reforça alertas perante o facto de se verificar o pior cenário para a ocorrência de fogos na serra algarvia.

"Tivemos um Inverno muito chuvoso e temos neste momento material combustível na floresta, que pode ser um autêntico rastilho.

Continuo muito preocupada porque, de facto, tudo leva a crer que possamos vir a ter um ano complicado em termos de incêndios", afirmou Isilda Gomes, garantindo, porém, que os meios operacionais no Algarve "estão todos preparados". Apesar disso, "faltam ainda as cinco viaturas para corporações de bombeiros, em que o próprio Governo Civil comparticipou por concurso público nacional e que não sabemos quando estarão" no terreno.

A situação na serra de Monchique está a causar um sentimento de angústia e alerta permanente por parte dos bombeiros perante o primeiro vestígio de fumo.

"Temos vigias e elementos em progressão diariamente no terreno com o objectivo de atacar um fogo à nascença.
A ordem é avançar perante qualquer alarme de fumo.

Já houve duas situações, mas felizmente eram queimadas.

Há muita erva seca, que é autêntica pólvora", disse ao DN o presidente da direcção dos Bombeiros Voluntários de Monchique, José Nobre Furtado.

No dia 1 de Julho, é esperado em Monchique um helicóptero da Protecção Civil, tal como outro na zona de Cachopo, no concelho de Tavira, que se juntarão ao do heliporto de Loulé.

A situação na serra de Monchique chega ao ponto de, em certas zonas, o mato ser da altura de uma pessoa.

"Isto é um barril de pólvora.

Ninguém limpa a floresta e muitos terrenos, particulares, foram abandonados pelos seus proprietários por não terem rendimentos depois dos prejuízos sofridos nos incêndios em 2003 e da falta de apoios.

Nunca aconteceram situações deste tipo.

Nos vales, os silvados já atingem mais de três metros de altura, noutras zonas é superior a dois metros e no topo dos montes ultrapassa um metro.

Onde, por exemplo, havia um rosmaninho, agora existem 20 ou 30.

Mas o problema é geral, desde os concelhos de Monchique a Odemira e Silves até à serra do Caldeirão", explica Hélder Águas, presidente da Associação dos Agricultores de Monchique.

Fonte: DN//BPS

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