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21/06/2010

Portugal...Estradas seguras...


Metade dos postos SOS encerrados nos IC e nos IP

O instituto que gere as estradas portuguesas encerrou metade dos Postos SOS nos Itinerários Principais e Complementares (IC e IP), uma decisão que desagrada a bombeiros e a automobilistas, que consideram ficar mais difícil a assistência nestas vias.

De acordo com informação da Estradas de Portugal (EP, existem cerca de 300 postos SOS nos IP e IC de todo o país, instalados no início da década de 90, “quando os telemóveis eram praticamente inexistentes”, e que atualmente estão tecnologicamente obsoletos.

O instituto tem em curso um processo de remodelação destes sistemas “para tecnologias mais avançadas”, mantendo-se em funcionamento apenas 153 dos 300 postos SOS, “nomeadamente em zonas de maior sinistralidade e, consequente, maior procura”.

O instituto que faz a gestão das estradas realça “a utilização dos postos SOS tem vindo a decrescer substancialmente”.

“Em 2009, registou-se um total de 41 chamadas dos postos SOS relacionadas com acidentes, ou seja, pouco mais de três chamadas por mês, em Portugal continental”, refere a EP, salientando que a empresa tem dezenas de Unidades Móveis de Inspecção e Apoio (UMIA) a percorrer diariamente o país, “com o objetivo de prestar apoio aos automobilistas e de controlar o estado de conservação das estradas”.

Por seu lado, Rui Rama da Silva, vice-presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros, considera que o encerramento de postos “é o descrédito, num sistema que as pessoas, apesar de tudo, acreditavam que funcionava”.

“Acreditávamos num sistema que afinal não funcionava ou funcionava mal, embora nunca ninguém o tenha assumido até agora”, disse este dirigente dos bombeiros.

“Tínhamos essa suspeita, porque temos sido alertados pontualmente por associações de bombeiros para esta matéria, mas nunca obtivemos uma resposta cabal das EP sobre esta questão”, acrescentou.

Rama da Silva destacou que não se pode confiar nos telemóveis, porque “há zonas negras nestes IC e nos IP onde os telemóveis não têm rede”.

Apesar de não ser obrigatório ter telefones SOS nos IC e IP – mas apenas nas autoestradas - “quando se atinge um determinado patamar, que neste caso era um patamar importante, não deve existir uma regressão na prestação do socorro”, disse.

“Não podemos voltar atrás. Temos é de evoluir e reforçar o sistema que está instalado”, concluiu.

No mesmo sentido, o presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, destaca que não faz sentido nenhum acabar com o funcionamento de postos SOS nos IC e IP.

“Eu acho muito bem que os substituam, mas deveriam ir comprando novos e ir substituindo. Não deveriam ser desligados”, disse Carlos Barbosa, realçando que “a falta de postos SOS pode complicar o socorro”.

Fonte:Observatóriodoalgarve

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