A ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) de Elvas (Portalegre) fica inoperacional esta noite, até às 08:00 de sexta-feira, por falta de enfermeiros, alertou fonte sindical, mas o INEM assegura a normalidade do socorro.
«A ambulância SIV de Elvas devia ter cinco enfermeiros. Há nove meses que apenas três desempenhavam funções e, agora, só tinha dois, sendo que um destes terminou quarta-feira o contrato», criticou à Agência Lusa Pedro Frias, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
Segundo o sindicalista, esta situação vai levar a que «não haja enfermeiro na SIV» do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) «para o turno que começa às 20:00 de hoje e termina as 08:00 de sexta-feira».
Um profissional de saúde da SIV de Elvas, que solicitou o anonimato, disse à Lusa que a situação laboral é «insustentável».
«A situação é agravada pelo facto de o contrato laboral de um dos enfermeiros ter terminado quarta-feira e o INEM não ter efectuado qualquer contacto para a renovação», disse.
O turno de hoje, entre as 08:00 e as 20:00, sublinhou, foi assegurado precisamente «pelo enfermeiro que terminou o contrato».
Agora, explicou o mesmo profissional de saúde, «não há enfermeiro para fazer o turno seguinte porque o segundo enfermeiro está no seu período de descanso e só entra ao serviço às 08:00».
«Os mais prejudicados vão ser as vítimas que venham a necessitar da nossa intervenção. Hoje, a partir das 20:00 não há enfermeiro na SIV de Elvas», alertou.
INEM garante que regiões não serão afectadas
O dirigente do SEP disse que o INEM colmatou esta situação com uma ambulância de suporte básico de vida (SBV), a qual «não é a solução porque não dispõe de apoio diferenciado, como acontece com a SIV».
Também a SIV de Moura, no distrito de Beja, ficou inoperacional, a partir das oito da manhã porque, garantiu, Pedro Frias, «tem apenas um enfermeiro».
«Este enfermeiro não consegue assegurar turnos de 24 horas e também para este concelho alentejano o INEM enviou uma SBV como forma de substituição da SIV», criticou.
Catarina Ferreira, do INEM, explicou à Lusa que se trata de um Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), operado pelo instituto, pelo que «não é por faltar uma SIV que o socorro é afectado».
«Todo o dispositivo nacional do INEM opera em bloco e em redundância, pelo que não é possível que nenhuma das regiões seja prejudicada», face a uma «pontual inoperacionalidade de qualquer meio», acrescentou.
O INEM frisa que «tem feito o máximo esforço para manter as ambulâncias SIV em funcionamento, mas, ainda assim, o conselho directivo «foi surpreendido com a saída abrupta e inesperada de dois enfermeiros» da ambulância de Elvas que, «sem aviso prévio, romperam o contrato» com o instituto.
As Unidades Locais de Saúde do Norte Alentejano e do Baixo Alentejo, realçou o INEM, já foram contactadas para «disponibilizarem enfermeiros para preenchimento das falhas nas escalas, a partir da próxima semana».
«Até lá, as regiões de Elvas e Moura serão reforçadas com ambulâncias de SBV, equipadas com Desfibrilhador Automático Externo», acrescentou.
Fonte: Bombeiros.pt
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