No último mês, pelo menos três mulheres da zona da Guia, em Albufeira, receberam uma chamada como esta. O tom de voz é calmo e firme. A mulher apresenta-se como "doutora Isabel Caniço". O objectivo, diz, é perceber se as portuguesas recorrem a este tipo de exame. Perante esta explicação, as três mulheres que denunciaram o caso ao JN acederam responder.
"Quando disse que já tinha feito mamografias, até porque tenho 45 anos, pediu-me para tocar no mamilo e descrever ao pormenor a sensação que tinha, se dor ou outra. Também quis saber o tamanho do meu peito e que roupa vestia". Mas foi o pedido seguinte que fez "Antónia" (nome fictício) ficar com a certeza de um embuste.
"Importa-se de ir à janela e dizer--me como reage o seu mamilo à temperatura?", solicitou a "médica". Antónia garantiu que o faria mais tarde - estava a trabalhar - e a mulher deixou um número de telemóvel para onde deveria ligar a informar das sensações. Não o fez. Ao invés, ligou para o INEM, que negou envolvimento, e para a operadora, mas o número é confidencial. "Ligou-me mais tarde e confrontei--a com o que descobrira, mas manteve a versão e acabei por desligar".
"Joana" também não queria acreditar nas perguntas. "Veio-me à memória o caso das mulheres que se despiram à janela para uma mamografia por satélite, em 2002, em Silves, e não lhe dei conversa". Nenhuma das três lesadas apresentou queixa.
O INEM, que confirma ter recebido denúncia, rejeita ligações a este caso. Segundo fonte oficial, "não se fazem inquéritos nem telefonemas para as pessoas". O JN tentou confrontar a "mulher", que nunca atendeu o telefone, apesar das várias tentativas.
Jornal de Noticias (Noticia Completa linkada no titulo desta postagem)
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