Resultados do Consumos de ARICAS em Formação

Por uma mera carolice, desenvolvi este tema para poder ter a preceção do consumo médio dos operacionais em cenários de intervenção estrutural associando a posteriori o esforço físico e stress térmico a que são sujeitos no desenvolvimento de manobras em contexto formativo.

 Numa primeira avaliação dentro de uma estrutura com obstáculos inferiores e superiores com fumo simulado à temperatura ambiente,  numa segunda fase dentro de uma estrutura com o mesmo grau de dificuldade mas com combustíveis de classe A e B a arder que garantem uma zona de pressão positiva na sua parte mais elevada com temperaturas que rondam os 200 e os 600 graus, visibilidade nula mesmo abaixo do plano neutro.

É importante que os bombeiros conheçam e operem corretamente os meios postos à sua disposição para se protegerem da atmosfera perigosa envolvente, esses aparelhos são sobretudo aparelhos respiratórios isolantes de circuito aberto.

Dizem os manuais que o consumo médio de um utilizador de um ARICA é de 40 litros por minuto (Débito médio de ar inspirado em litros por minuto), o que corresponde ao despendido na marcha de um operacional com o respetivo aparelho às costas numa distância de 4km.

Mas dependendo do grau da atividade física desenvolvida, as condições físicas, emocionais e o grau de treino do utilizador assim pode ser alterado o valor referido anteriormente.

Assim, e preservando a identidade dos utilizadores, com as tabelas do Controle de ARICAS e Equipamentos pôde chegar à conclusão que os operacionais consomem muito mais ar do que aquele está estabelecido e padronizado.

Vejamos...  (clique nas tabelas para aumentar)....

Na primeira tabela que se apresenta, desenvolve-se um exercício onde não há fogo, nem temperatura, apenas fumo de máquina, mas existe uma forte componente de ansiedade, pelo facto dos operacionais não conhecerem o espaço e os obstáculos que terão de enfrentar, variando os consumos entre 40 e 84 litros de débito de consumo de ar por minuto, em medida de pressão temos consumos que variam entre os 7 e os 15 bar por minuto.

Na tabela seguinte, temos o primeiro exercício com fogo real. 

Agora os operacionais já têm uma noção do espaço e do grau de dificuldade que a estrutura pode oferecer, no entanto os operacionais gerem os consumos assim como gerem a missão que lhes foi destinada. 

Nas primeiras equipas muito calor e visibilidade nula com objetivos de busca e salvamento, nas equipas finais, menos calor e o objetivo normalmente busca secundária e operações de ventilação tática.

No entanto temos valores de consumo que variam entre os 30 e os 170 litros de débito de consumo de ar por minuto, em medidas de pressão temos consumos de 5 a 30 bar por minuto.

Na última tabela, que foi retirada do último exercício de um dia de formação onde os operacionais estão exaustos fisicamente, depois de terem executado 6 exercícios e onde a temperatura exterior ronda os 25 graus com muito sol, observamos que já estão mais familiarizados com os espaços e com o equipamento no entanto continuam com consumos de 15 a 75 litros de débito de consumo de ar por minuto, em medida de pressão temos consumos que variam entre os 3 e os 13 bar por minuto.

Esta amostragem é fidedigna e foi retirada de uma formação de Operações Essenciais de Extinção de Incêndios Urbanos e Industriais que envolveu uma população 100% Bombeiros.

Na mesma operação temos operacionais a consumir mais ou menos que outros, esse facto têm a ver com a missão que lhes foi pedida para desenvolver.

O que importa reter aqui é que é necessário muito mais treino operacional para se poder de uma forma segura garantir que o consumo médio de ar por minuto é de facto os 40 litros.

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