A Câmara de Monchique assinou hoje um protocolo com o Regimento de Infantaria 1, sediado em Tavira, para a realização de patrulhas nas zonas florestais do concelho, pelo quarto ano consecutivo, a partir de quinta-feira, numa ação que será também efetuada em São Brás de Alportel, embora o protocolo relativo a este município não tenha sido assinado hoje por «dificuldades técnicas» do próprio Exército, disse o coronel Jorge Manuel Sequeira Iglésias.
Em declarações à agência Lusa, o comandante do Regimento de Infantaria 1 de Tavira revelou que, «quando o Exército começou as patrulhas na serra de Monchique, em 2010, o número de ignições diárias era de entre 10 a 15» e, «depois de as patrulhas terem começado no terreno, foi possível fazer descer esse número para quase zero, havendo meses em que é zero».
Também o autarca de Monchique, Rui André, disse à Lusa que se tem «reduzido muito o número de ignições», sobretudo através da ação do Exército, que faz patrulhas «numa zona chamada de cinzenta, sem cobertura por meios de vigilância fixos ou por outras formas».
«E a única maneira de fazer ali vigilância no terreno é a pé, de viaturas, e é esse trabalho que é feito. Esta presença é muito importante, porque uma ignição sem essa vigilância só seria atacada mais tarde e o fogo já teria alguma dimensão», sublinhou o autarca.
Rui André considerou que os benefícios que o município de Monchique tem com a colaboração com o Exército são muito superiores às verbas que são despendidas com o protocolo, cujo «custo mais elevado tem a ver com os combustíveis, porque as viaturas andam 24 sobre 24 horas e no ano passado gastaram à volta de 600 euros por semana».
O Regimento de Infantaria 1 vai colocar as duas viaturas para patrulhamento e a respetiva guarnição, que ficará instalada numa antiga escola primária de Marmelete, localidade do concelho de Monchique, que assegura ainda a alimentação aos militares, acrescentou.
Rui André frisou ainda que estas ações de vigilância da floresta, no âmbito da prevenção de incêndios, ganha ainda mais importância porque «praticamente tudo o que acontece em Monchique, seja na área da indústria da transformação, seja no Turismo, como a produção de medronho e florestal, depende, totalmente ou em grande parte, da floresta».
«Como é um património tão importante e do qual dependemos tanto, tem que merecer uma atenção especial e a câmara joga mão a tudo para podermos fazer o máximo que conseguirmos», afirmou, referindo que há ainda protocolos com associações e clubes de caçadores e outras medidas no terreno para prevenção de fogos.
O comandante do regimento destacou ainda que esta é uma missão que o Exército alia à sua principal responsabilidade, a militar, através da capacidade que tem de participar «em missões de interesse público», como a vigilância de florestas, a participação no rescaldo de incêndios ou o apoio em catástrofes naturais, como cheias ou terramotos.
Diário Digital com Lusa
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