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26/12/2023

O grande Incidente na A22 no Natal de 1992

Poucas são as informações que consegui recolher sobre um determinado números de acidentes que ocorreram de 23 de Dezembro de 1992 a 25 de Dezembro de 1992 entre o Nó de Olhão e Faro na Via do Infante.

Tratou-se de grandes aluimentos de terra na A22 que fizeram com que dezenas de Bombeiros de muitas corporações do Algarve apoiados por Autotanques, máquinas e meios manuais ficassem privados de passar o natal desse ano com as respetivas famílias.

Não consigo encontrar na net nada de concreto e nesta altura ainda não era bombeiro, mas esta cópia do jornal expresso e alguns textos do LNEC que aqui não irei publicar confirmam esta minha certeza.

As situações passam, são resolvidas mas também deve de haver pessoal que as faça lembrar.

Assim, para todos os operacionais, de entre outros corpos de bombeiros mas referindo Municipais de Tavira e Olhão e Sapadores de Faro que nessas noites e seguintes dias andaram em limpezas de estrada, um muito obrigado e esta postagem é para vocês, tenho a certeza que se fosse hoje a população podia contar com o vosso profissionalismo sem olhar a datas festivas...

João Horta - FIRESHELTER52

6 comentários:

  1. O grande Incidente na A22 no Natal de 1992
    Em visita ao seu Blog, encontrei este assunto acima do qual fui parte interveniente como responsavel pelo comandandamento (durante alguns períodos) e pela logistica total desde inicio até ao final da operação, de todos os meios materiais e humanos envolvidos.
    Naquela data eu era Chefe de Secção do Corpo de Bombeiros Municipais de Olhão, os Comandantes operacionais foram o Sr. Comandante do C.b.m de Faro, (Valdemar Carlos da Silva) o Sr. Comandante C.b.m de Tavira (Dionisio Casanova Viegas) o Sr. Comandante do C.b.m de Olhão (João Henrique Nogueira) (meu pai), todos já falecidos, tambem foram intervenientes outros comandantes e segundos comandantes dos C.B.s dos Voluntários de São Brás de Alportel, Comandante João Meira da Silva, 2.ºs Comandantes, Paes Lobo do c.b.m de Faro e dos c.b.v de Faro o segundo comandante Francisco silva (já falecido), naquela data encontrava-se a desempenhar as funções de inspector distrital de Bombeiros o Sr, Inspector Adjunto, Dr. josé Carlos de Ataíde Ferreira Cabeçadas em substituição do Sr. Inspector Distrital.
    Sou portanto conhecedor desde o primeiro minuto da ocorrência, a qual acompanhei em permanência quer no local, quer algumas vezes à distância via rádio, em virtude da necessidade de me deslocar a outras ocorrências que entretanto foram acontecendo durante o período em que aquela decorreu.
    Este episódio que como referiu e bem, poucas pessoas conhecem em profundidade como eu, já que muitos dos intervenientes já faleceram, pouco se falou, pouco se divulgou, até porque na altura nem havia ainda internet, de facto, muito se falou nos jornais e rádios locais na época, mas pouco ficou para memória futura.
    Então tento aqui descrever a situação, e se for o caso estou disponível para qualquer esclarecimento necessário podendo ser contactado pelo email joaoreissn@hotmail.com ou facebook com o mesmo endereço.
    segue-se a continuação desta situação...

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  2. Após ter sido inaugurado o troço da via infante sagres desde o nó de monte gordo, até ao nó de faro - Estói, pelo então Primeiro Ministro, Prof. Dr. Cavaco Silva, verificou-se forte precipitação no algarve foram chuvas diluvianas que cairam durante algumas horas naquele local e um pouco por todo o algarve, era vespera de natal e a construtora do troço entre o nó de olhão e o nó de faro, empresa de origem Brasileira, a empresa Zagope, dispensara todos seus funcionários na sua grande maioria de origem Brasileira, para que pudessem passar o natal com os seus familiares no seu País de origem, bem como todos os demais funcionários. Nos estaleiros da empresa, que na altura se situavam junto da via infante sagres, estaleiro principal situava-se na estrada entre moncarapacho e Estói e um estaleiro secundário de apoio que se situava no sitio do pereiro, concelho de Olhão, junto ao nó de Olhão da via infante de sagres, não se encontrava ninguem naqueles dias que operasse com qualquer tipo de máquina ou camiões, apenas se encontrava o segurança das instalações que foi impotente para conseguir contactar alguem em virtude de todos se encontrarem incontactaveis.
    Era Governador Civil do Distrito de Faro, o Sr. Dr. Cabrita Neto.
    Verificam-se então vários aluímentos de terras, provocadas pelas fortes chuvadas especialmente em locais onde houve algumas alterações aos cursos de água, localizados nas encostas cortadas para construção da via infante de sagres na descida para a ponte sobre a ribeira do rio seco perto de Estói no sentido nó de Olhão-nó de Faro mas também no sentido inverso, a forte enxurrada das águas que saíram dos seus cursos, provocou aluímento das barreiras junto à auto-estrada tendo sido arrastadas para a via infante de sagres imensas toneladas de terra e pedras de grandes dimensões, ficando aquela via intransitável em ambos os sentidos.
    Foi o Corpo de Bombeiros Municipais de Olhão, quem forneceu todo o combustível, alimentações e toda a logistica a todos os veículos, máquina, homens e mulheres envolvidas na operação, já que todos os postos de combustível restaurantes e oficinas se encontravam encerrados em virtude de ser véspera de natal e ser Olhão, o unico corpo de bombeiros que naquela época possuía uma boa capacidade logistica que o permitiu fazer sem qualquer dificuldade, nunca tendo sido ressarcida dos montantes dispendidos por nenhuma entidade, o que resultou na época como se pode imaginar, um prejuízo enorme para o Corpo de Bombeiros de Olhão.
    continua....

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  3. Aquela operação demorou cerca de 24 horas, pois houve a necessidade de lavar toda a via numa extensão de cerca de 1 km, 4 faixas de rodagem e bermas, só quase no final da operação foi possível a muito custo encontrar um manobrador para operar com uma máquina pá carregadora para remoção das pedras de grandes dimensões que ocupavam as vias, apesar do c.b.m de Olhão possuír na altura pessoas com condições para o fazer, não foi possível obter autorização dos proprietários das máquinas que permitisse a utilização das mesmas, as Câmaras Municipais não possuíam este tipo de máquinas e as retro-escavadores não seriam capazes de fazer tal trabalho, não existindo portanto qualquer outra alternativa em virtude da data (véspera de natal).
    Foram mobilizados todos os veículos auto tanques e prontos-socorros de combate a incêndios para o local, nunca desguarnecendo obviamente as áreas de intervenção de cada C.B. envolvido na operação.
    O problema maior residiu no facto de nós bombeiros apenas possuirmos condições e meios para proceder à lavagem da via, houve um período em que a via estava prestes a ser reaberta e já em condições de circulação e eis que cai uma nova e forte chuvada e provoca um novo e gigantesco aluímento de terras deitando por terra todo o trabalho já feito pelos bombeiros e motivando que tudo tivesse de ser recomeçado do zero, isto porque os terrenos se apresentavam já muito encharcados e por isso mesmo instáveis, seria necessário movimentar as terras com máquinas que não haviam no local por falta de manobradores/operadores disponiveis, o trabalho dos bombeiros, limitou-se a ser o da lavagem da via nos dois sentidos.
    Foram mobilizados para o local, veiculos e pessoal dos Corpos de Bombeiros que pertenciam na época à zona operacional do sotavento, Albufeira, Loulé, Faro, são Brás de Alportel, Olhão, Tavira, Vila Real de Santo António e Alcoutim.
    O Sr. Comandante Sérgio Batista, comandante honorário dos bombeiros voluntários de Vila Real de Santo António (desconheço se ainda é vivo), elaborava a revista prevenir na época e julgo que alguem ligado à revista ou aos bombeiros de vila real de santo antónio, possam ter algumas fotos daquela situação, ou possa até haver alguma revista prevenir em arquivo na corporação de vila real sto antónio, pois julgo que tenha sido publicada naquela revista, porem não me recordo se terá sido.
    Aproveito para lhe desejar um Feliz ano 2015, um grande abraço.
    João Reis Nogueira

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    1. Adorei toda a explicação, Festas Felizes Chefe.

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  4. Muito obrigado pela sua atenção e explicação...
    Gostei bastante e irei partilhar para que todos possam ler.
    Obrigado

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  5. Parabens a todos os intervenientes desta operacao, em especial aos bombeiros. Uma vergonha que nao tenham sido recompensados das despesas que tiveram. A estrada merecia ter ficado cortada, ate o empreiteiro fazer a reparacao. O P.M. fez bem em por a prova a qualidade da obra, fazendo chover, tambem o fez para dificultar a acao de algum sniper. Eu era miudo e fui ve-lo passar, estava a chover, pus-me debaixo de um viaduto, depois chegou um GNR de gabardine e HK g3 ao ombro. (havia um em cada viaduto).

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