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15/02/2018

Ciclone Destruiu Tavira há 77 anos

Se a nefasta II Guerra Mundial ocupava até então, e consecutivamente, as primeiras páginas dos diários nacionais, um raro fenómeno meteorológico remeteu as notícias dos combates para as páginas centrais.


Um terrível ciclone extra-tropical atingiu e devastou Portugal, a 15 de Fevereiro de 1941.

Naquele dia, teve lugar a maior tempestade até então registada pelo Observatório Meteorológico de Lisboa, criado em 1854
Em todo um cenário dantesco, o Algarve não foi exceção. A imprensa da época, como «O Século» e o «Diário de Notícias», divulgou amplamente os efeitos na região.

O vento terá soprado a uma velocidade de 140 km/h no Algarve e, nas palavras do correspondente do «Diário de Notícias», «tudo foi varrido, esfacelado, aniquilado».

Na velhíssima cidade de Tavira, «contam-se às dezenas os prédios que sofreram prejuízos.

Na fábrica de moagem de J. A. Pacheco, o vento levou grande parte da cobertura, o mesmo sucedendo no armazém contíguo à moagem da firma Araújo Ribeiro & Dias.
Na fábrica de conservas Balsense e na casa do salva vidas também abateram os telhados».

Também em Tavira, «o Bairro Jara habitado por gente pobre foi atingido gravemente, havendo moradias que ficaram destelhadas e em ruínas.

Na bacia das Quatro Águas uma barca da Companhia de Pescarias Algarve, denominada Moagem, foi ao fundo, carregada de sal.

Os batelões da mesma companhia que estavam junto do rio, que corre paralelo à costa foram atingidos pelas vagas, afundando-se.

Na ilha de Tavira a água do mar juntou-se à do rio, pondo em sério risco o arraial da armação daquela empresa.

A maioria das cabanas existentes na ilha foi levada pela corrente.

No campo, milhares de árvores foram destruídas [No sítio das Cabanas, um olival, de que é proprietário o Sr. José Chagas, de cerca de trezentas árvores, só oito ficaram de pé].

Não há comunicações. A camioneta que faz a carreira diária entre a cidade e a vila de Alportel foi atingida por uma árvore».

«No sítio da Fortaleza, junto da armação do atum, o mar abriu nova barra de grande extensão» Na freguesia da Luz, «até a erva foi queimada pelo vento».

Bibliografia: Jornais «O Século» e «Diário de Notícias» de fevereiro de 1941 e Conta de Gerência do Município de Portimão de 1942 (gentilmente cedida pelo Centro de Documentação do Museu de Portimão)

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