30/07/2010
Gustavo Adonias...
...È fundo...
O INCENDIÁRIO
No quarto noturno
Esquecido do mundo
Idéias incendiárias
Começaram a brotar
De uma pequena brasa
No fundo da mente
Acendeu-se o pavio
Logo tudo iria pelos ares
Aquela vida sem sentido
Nula de emoções
Seria consumida
Pelas lânguidas labaredas
Loucas para se deliciar
De repente
O quarto ficara pequeno
Minúsculo cubículo
De uma casa também minúscula
De pessoas não menos minúsculas
Tudo ínfimo, enfim
Desceu as escadas como um dardo
Um cão de fogo alado
Prestes a tudo incendiar
Com uma fúria
A tanto tempo contida
Uma vida inibida
Uma estranha letargia
Que o prendia
E o fazia extremamente infeliz
Agora liberto
O incendiário
Ganhava as ruas
As praças
Os prédios
A cidade inteira
Para queimar
Tudo parecia tão pequeno
Aquele mundinho cotidiano
Aquela falsa aparência de bem-estar
Tudo estava com os dias contados
Arderia em chamas
Viraria ruínas
Cobertas de fuligem
E junto a tudo
As memórias
Seriam apagadas
Pela fúria do fogo
Tudo sumiria
Até mesmo o incendiário
Consumido pelo incontrolável
Desejo ardente de tudo queimar
E renascer das próprias cinzas
Como a ave fênix
Pronta para arder novamente
Eternamente...
(Gustavo Adonias)
by FIRESHELTER52
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