O presidente da Associação Académica da Universidade do Algarve convocou uma Assembleia Magna para votar dois dias de luto académico como protesto contra a decisão da Câmara de Faro de reduzir os horários da Festa do Caloiro.
Cerca de dois mil estudantes da Universidade do Algarve concentraram-se hoje à frente da Câmara de Faro para pedir ao presidente autarquia, Macário Correia, que reavaliasse a decisão de reduzir os horários de abertura do recinto em que decorrerá a festa de receção aos novos alunos.
O presidente da Associação Académica, Guilherme Portada, solicitou a Macário Correia, durante a sessão pública de hoje da reunião do executivo camarário, que reconsiderasse a decisão de obrigar que o recinto feche até às 02h00 (de domingo a segunda) e até às 03h00 (na sexta e no sábado).
Macário Correia recusou reconsiderar, invocando a lei do ruído, e comunicou que apenas autorizaria outros horários se os estudantes entregassem assinaturas dos moradores próximos do recinto.
"Se me trouxerem assinaturas dos moradores próximos do Largo de S. Francisco, a subscrever os horários que propõem, ficam livres e eu dou autorização. Mas têm de compreender que a população não pode ficar sem dormir durante 10 dias úteis", declarou Macário Correia.
À saída da reunião do executivo camarário, Guilherme Portada disse aos jornalistas que a proposta de Macário Correia era "inaceitável", "fundamentalista" e "vergonhosa" e que ia convocar uma Assembleia Magna para decidir dois dias de luto académico.
Segundo Guilherme Portada, o luto académico significa, por exemplo, encerrar serviços da academia ou os estudantes andarem trajados e tapados, contudo, garantiu que a Associação Académica vai "cumprir os horários" determinados pela Câmara, porque os estudantes são "civilizados".
Guilherme Portada afirmou ainda que todos os prejuízos fruto da redução dos horários, nomeadamente os que estão relacionados com os contratos com os artistas, segurança, electricidade, água ou som passarão a ser da responsabilidade da Câmara de Faro.
A Associação Académica do Algarve já tinha acusado hoje de manhã a Câmara de Faro de tratar os estudantes como "bandidos" e de "esmagar" a receção aos novos alunos.
Em comunicado, a associação informava de que foi notificada pela fiscalização da Câmara de Faro com uma "segunda limitação aos horários da receção ao caloiro".
O estabelecido inicialmente com o vereador da Juventude, Paulo Santos, previa que, durante a semana, o recinto fechasse às 03h00, que na sexta feira encerrasse às 04h00 e que no último dia do evento, no sábado, pudesse permanecer aberto até às 06h00, segundo a associação académica. Mas quando foram buscar a licença de funcionamento, o horário já era "menor", acrescentava a mesma nota.
Mais tarde, na noite de terça para quarta feira, cerca da meia noite, elementos da Câmara de Faro, acompanhados por agentes da PSP, notificaram a Associação Académica sobre um novo limite de horários que os obriga a encerrar o recinto todos os dias até às 02h00 e às 03h00 na sexta e no sábado
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