05/04/2010
Mais uma novela em torno de bombeiros municipais
Cerca de 40 bombeiros municipais realizaram esta tarde uma marcha lenta a partir do quartel até à Câmara de Leiria,onde foi entregue um abaixo assinado a pedir o afastamento do comandante da corporação.
Envergando camisolas brancas com inscrições «Leiria sem segurança» e «Bombeiros Sapadores de Leiria exigem segurança», os elementos fizeram-se acompanhar das estruturas representativas, a Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais (ANBP) e o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais.
O documento, subscrito pela quase totalidade dos 60 elementos da corporação de Leiria, foi entregue ao presidente da autarquia, Raul Castro, que, através do assessor de imprensa, fez saber que o vai analisar e, oportunamente, emitir uma posição.
O abaixo-assinado sustenta que o comandante da corporação «prejudica o bom funcionamento da actividade do corpo de bombeiros», impondo «novas regras de funcionamento e de horário de trabalho sem audição» dos elementos ou das suas instituições representativas.
«A proposta que o senhor comandante formulou para a reestruturação dos turnos e a consequente diminuição do número de efetivos por turno vai colocar em causa a própria segurança dos bombeiros», revela ainda o abaixo assinado, acrescentando que «está diminuída a capacidade operacional dos bombeiros municipais para prestar um socorro de acordo com as necessidades das ocorrências, na salvaguarda das populações e bens dos munícipes de Leiria».
O presidente da ANBP, Fernando Curto, reafirmou hoje o pedido de substituição do comandante dos bombeiros face a uma «série de posições» que tomou, exemplificando com a «redução de efetivos» por turno, situação que, no seu entender, faz com que haja «uma falta grave de segurança em Leiria».
Fernando Curto criticou ainda a divisão do território municipal em quatro partes, face à existência de igual número de corporações de bombeiros.
«A Lei diz que nos municípios onde há bombeiros profissionais cabe a estes a responsabilidade jurídica e operacional e, em Leiria, há três partes que estão entregues aos bombeiros voluntários que não sabemos como, com que efetivos e em que modo», referiu o dirigente.
Fernando Curto atribuiu estas alterações ao comandante dos bombeiros e ao presidente da Câmara, adiantando esperar de Raul Castro a reestruturação da corporação.
O presidente da ANBP acrescentou que os bombeiros vão aguardar uma resposta do presidente da Câmara e, dependendo do seu conteúdo, vão «usar todos os mecanismos legais» para a contestar, prometendo ainda «informar a população do que se está a passar».
O comandante dos Bombeiros Municipais de Leiria, Artur Figueiredo, reiterou a existência de operacionalidade, frisando que «não está em causa o socorro e a segurança de pessoas e bens».
Artur Figueiredo disse ainda que não se vai demitir, justificando a decisão com a «confiança» que o presidente da autarquia mantém no seu trabalho.
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