18/07/2010

... Para mim isto não é novidade...


O CDS-PP suspeita que possa estar a existir manipulação estatística para reduzir o número de incêndios e de área ardida, na sequência de uma eventual alteração de critérios no registo dos fogos.

A Autoridade Nacional de Protecção Civil, numa nota enviada ao PÚBLICO, assegura que "não houve qualquer alteração de critérios para o registo dos incêndios florestais", mas o deputado centrista Hélder Amaral estranha os números oficiais dos fogos e quer explicações urgentes.

"Não são os fogos que se reduziram, foi a forma de os contabilizar", acusa Hélder Amaral que, através da figura do requerimento parlamentar, questionou a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) sobre este assunto.

No requerimento, a ANPC é interrogada sobre se existiu, em 2010, alguma alteração de critérios para determinar a ocorrência de um fogo florestal.

Ao PÚBLICO, a ANPC assegurou que não existiu qualquer alteração de critérios e acrescentou que, "de acordo com a legislação em vigor, cabe à GNR efectuar as medições das áreas ardidas e à Autoridade Florestal Nacional validar esses dados".

O deputado do CDS-PP diz estranhar os números de incêndios em alguns distritos do país. Como é caso de Viseu, distrito por onde foi eleito para a Assembleia da República.

"Este ano houve apenas 33 incêndios e 207 fogachos e em 2009 estão registados 357 incêndios.

É uma redução quase inexplicável", disse ao PÚBLICO, lembrando que este ano já se registaram semanas com temperaturas médias bastante elevadas.

Segundo o deputado, um incêndio é registado quando tem uma hora de duração, ou mobiliza cinco veículos ou um meio aéreo, critérios que foram alterados, passando a ser necessário ter uma duração de duas horas, dez veículos e três meios aéreos.

As dúvidas do deputado avolumam-se tendo em conta informações recolhidas no terreno por comparação à informação oficial que consta no site da ANPC sobre fogos.

"Várias pessoas vieram dizer-me que tem havido fogos e que vão ao site e não está lá nada", refere.

Fonte: Público

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