
O presidente da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais (ANBP)
espera que até ao final do ano seja aprovado um novo estatuto que uniformize a carreira de bombeiros municipais e sapadores, equiparando esta profissão à das forças de segurança.
"Desejamos que até ao final do ano possamos ter efectivamente esta carreira igual em fardamentos, em progressão na carreira, em postos para que a resposta ao socorro e a ligação operacional que existe neste momento seja o mais eficaz possível", afirmou hoje Fernando Curto, após uma reunião com o secretário de Estado da Administração Local.
Fernando Curto explicou que já há um documento com o objectivo de uniformizar a carreira de bombeiro que foi elaborado no âmbito da secretaria de Estado da Administração Interna e apresentado às secretarias de Estado da Administração Local e da Administração Pública.
O mesmo documento tem ainda de ter o aval da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP), já que estes bombeiros são funcionários das câmaras municipais, mas bombeiros e autarquias só deverão discutir as alterações após as eleições autárquicas.
No documento "está o regime jurídico dos bombeiros profissionais, a uniformização dos bombeiros sapadores e municipais, a avaliação dos bombeiros, a questão dos seguros, a situação dos uniformes e toda a organização em termos operacionais".
"Nós queremos que os bombeiros portugueses, neste caso concreto da administração local, sapadores e municipais tenham uma carreira igual a outras forças de segurança. Ou seja, em termos de organização, em termos de estrutura e em termos de estatuto no sentido de termos uma estrutura igual em todo o país", salientou.
De acordo com o presidente da ANBP, a uniformização "vai originar mais operacionalidade, menos custos porque há menos carreiras, originar um fardamento diferente, uma organização operacional e aquisição de meios diferentes, uniformizando os fardamentos, que actualmente não existe".
A ANBP está a preparar uma avaliação e um relatório acerca do combate aos incêndios deste ano, que deverá ser apresentado no final de Setembro.
Para já, Fernando Curto reafirma que a associação tem uma "visão muito crítica e muito muito grave do combate aos incêndios deste ano", em que "houve situações muito anómalas".
"Não podem continuar a morrer bombeiros nos últimos 10 anos para salvar meia dúzia de pinheiros. Não admitimos isto. É triste, é lamentável, não é justificável que tudo o que aconteceu este ano na morte dos bombeiros não se avalie e que não se tire conclusões destas mortes", afirmou, destacando que "tem de haver relatórios pormenorizados do que aconteceu em termos técnicos e em termos logísticos".
O responsável considerou ainda que é preciso rever a situação dos seguros dos bombeiros, que não são actualizados há cinco anos.
"Não há dinheiro que pague uma morte, mas efectivamente a avaliação que nós fixámos, em relação aos seguros, nunca menos de 200 mil euros, até ao máximo de 350 mil euros. Posso dizer que ainda há neste momento bombeiros e famílias de bombeiros que não foram ressarcidos de verbas de seguros de anos anteriores. Isto não pode acontecer, é uma situação que te de ser revista rapidamente", observou.
Fonte: Sol
em: http://bombeirosparasempre.blogspot.com
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