Acidente Mortal com Criança de dois anos em Tavira

O som da carrinha do tio atraiu Afonso para a morte.

Ontem, o menino de apenas dois anos e meio correu para junto do familiar com quem todos os dias brincava, mas acabou por ser atropelado. Santo Estevão, em Tavira, ficou em estado de choque.

A criança foi esmagada pela roda traseira da carrinha.

Na altura do acidente a mãe da criança estava a trabalhar e foi avisada da tragédia pelo telefone. Já no local, teve de ser amparada por vizinhos e amigos. Ao mesmo tempo, o tio, um rapaz de 26 anos, visivelmente abalado pela tragédia, era levado pela GNR.

Afonso costumava ficar em casa dos avós paternos todos os dias para que os pais pudessem trabalhar. Por volta das 13.30 horas de ontem, o tio – que também ali vivia – deixou a moradia, entrou na carrinha que estava estacionada no quintal e iniciou a manobra de marcha atrás. Segundo testemunhas, o menino fugiu da avó e correu na direcção do tio.

“A avó correu para tentar apanhá-lo e ainda gritou, mas o rapaz não se apercebeu do que se estava a passar e passou-lhe com a roda por cima da cabeça”, contou Paula Costa, moradora da aldeia e vizinha da família enlutada. Tio e sobrinho “tinham uma relação muito boa e costumavam brincar juntos”, acrescenta a testemunha. Motivo que terá levado o menino a procurar o jovem quando este deixava a habitação.

A tragédia chocou a aldeia de Santo Estevão. De acordo com Nelsa Martins, a família “é conhecida e estimada por todos”. Afonso tinha um irmão mais novo com menos de um ano de idade.

Ao que o JN apurou, psicólogas da Câmara Municipal de Tavira estiveram em casa dos avós do menino.

O INEM enviou para o local uma ambulância, uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação e ainda um helicóptero, que aterrou no campo de futebol da localidade, devido à hipótese de evacuar a vítima para o Hospital Central de Faro. Situação que não se verificou.

Afonso não resistiu aos ferimentos graves que sofreu e o óbito foi confirmado ali mesmo perante o olhar de impotência de médicos e enfermeiros, que tentaram várias manobras de reanimação.

Militares do Núcleo de Investigação de Crimes de Acidentes do Destacamento de Trânsito de Faro da GNR recolheram vestígios do atropelamento e investigam as circunstâncias em que ocorreu.

JNonline

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