07/01/2012

ANBP propõem redução de horas extra ....


Associação e sindicato nacionais dos bombeiros profissionais propuseram à Câmara de Lisboa a redução das horas extraordinárias e a manutenção de quatro turnos de trabalho dos Sapadores Bombeiros, estimando uma poupança de três milhões de euros.

Representantes das duas entidades representativas dos bombeiros profissionais reuniram-se, esta sexta-feira, com o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, a vereadora dos Recursos Humanos, Maria João Mendes, e o vereador com a tutela do Regimento de Sapadores Bombeiros, Manuel Brito.

A reunião ocorreu quando os sapadores bombeiros cumprem uma greve de dez dias, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, para contestar a intenção da Câmara de Lisboa de criar um quinto turno de trabalho no regimento.

Reivindicando a manutenção de quatro turnos de trabalho, associação e sindicato de bombeiros profissionais propuseram ao executivo camarário que as horas extraordinárias sejam reduzidas das actuais 30/32 para 28. O cálculo do valor do trabalho extra também deve ser revisto.

"As horas extraordinárias passam a ser contabilizadas a 125%, 137,5% e a 150%. Anteriormente, eram calculadas a 150%, 175% e a 200%", descreve a proposta das duas entidades, que prevê ainda o fim das sete horas mensais de descanso compensatório e que os feriados sejam "dados a tempo". Com estas medidas, "os custos caem na ordem dos 50%", consideram.

A associação e o sindicato estimam um gasto de 5,9 milhões de euros, se se mantiver a situação actual, ao passo que a sua proposta implicaria uma despesa de 2,9 milhões de euros.

O vereador da Protecção Civil, Manuel Brito, já explicou que as horas extraordinárias dos sapadores representam um custo anual de cinco milhões de euros, que a autarquia "não tem capacidade financeira" para pagar.

"Deficiência de pessoal"

No final da reunião, o presidente da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais (ANBP), Fernando Curto, defendeu que as alterações no Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa devem ainda passar por uma reorganização dos recursos humanos, afectando ao serviço de socorro o pessoal actualmente a trabalhar nas portarias, refeitórios e bares e substituindo-o por civis.

Outra proposta passa pela reestruturação da resposta, com alterações nas viaturas e na organização do pessoal. "Em vez de termos viaturas que saem com seis ou sete homens, basta ter viaturas a sair com três ou quatro", exemplificou.

Fernando Curto afirmou que o regimento tem uma "deficiência de pessoal" e alertou que se a autarquia avançar com a criação de cinco turnos, esse problema vai agravar-se, com a redistribuição dos recursos humanos por todos os horários. "Se a 1 de Fevereiro se mudar para cinco turnos há quartéis que têm de fechar" por falta de homens, sustentou.

Fernando Curto disse aguardar "com expectativa" a posição do executivo camarário à proposta apresentada, afirmando acreditar que António Costa "não quer poupar dinheiro com as horas extra à custa de um prejuízo para a cidade".

Os responsáveis pela associação e pelo sindicato reiteraram a sua oposição à greve no regimento convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, que começou a 28 de Dezembro e se prolonga até ao próximo domingo. "Não nos parece correcto que se marque uma greve de 12 dias quando estão a decorrer negociações" com a câmara, sublinhou Fernando Curto.

Nenhum membro do executivo camarário prestou declarações no final do encontro.

http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Lisboa&Concelho=Lisboa&Option=Interior&content_id=2226598&page=-1

FIRESHELTER52

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