27/03/2013

Tanta chuva porquê?

Bruno Gonçalves, responsável pela Meteofontes, a Estação Meteorológica do Sítio das Fontes – Parque Municipal de Lagoa, explica, na página de Facebook, a razão de tanta chuva nestes dias.

«Vou tentar dar uma breve explicação para a causa de todos estes dias de chuva que têm ocorrido por cá. Como se pode ver pela imagem, temos a presença de um vasto sistema anticiclónico (associado a bom tempo e representado pela letra A) que se estende desde a zona da Escandinávia até Norte da Islândia e que funciona como um “bloqueio”, que faz com que as depressões (associadas ao mau tempo e representadas pela letra B) que normalmente circulam mais a Norte, sejam “empurradas” para Sul, formando como que um “corredor” de depressões, que vão afetando sucessivamente o nosso país e o resto da Europa».

Por outro lado, «e também pelas razões atrás referidas, o chamado “anticiclone dos Açores”, que costuma estar centrado no Açores e que nos “protege” do mau tempo, “empurrando” as depressões para Norte, está enfraquecido e muito mais a Sul».

«Desta forma, e enquanto se mantiver o tal “bloqueio anticiclónico” na zona da Escandinávia, haverá caminho livre para a continuação do tempo de chuva por cá».

Se alguém ficou com dúvidas, não hesite em perguntar, que o Meteofontes tentará esclarecê-las. Basta seguir a sua página de Facebook, ou encaminhar-nos as questões.

Entretanto, o Instituto Português do Mar e do Ambiente prevê, para hoje, céu geralmente muito nublado, com períodos de chuva ou aguaceiros, diminuindo de intensidade a partir do meio da tarde na região Sul.

Bruno Gonçalves, da Meteofontes, por seu lado, salienta que «quanto à previsão, no horizonte temporal mais fidedigno dos modelos, que é de 10 dias, todos colocam chuva durante esse período. Ou seja, mantém-se o tal “bloqueio” durante esse período. Julgo que não será possível saber ao certo quanto tempo o mesmo irá durar».

Mas quem está farto de chuva não perca a esperança: «É tudo uma questão de equilíbrio da atmosfera, que tenderá, naturalmente, a recolocar o anticiclone dos Açores no seu “habitat” natural e a “desbloquear” o anticiclone da Escandinávia. Agora quanto tempo isso irá demorar, será difícil saber ao certo», conclui Bruno Gonçalves.

FIRESHELTER52

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