24/09/2013

Ilha da Culatra ‘Heliporto’ feito por populares

Fartos de esperar pelo Estado, os moradores da ilha barreira da Culatra, na Ria Formosa, decidiram colocar mãos à obra.

Num dia de trabalho, construíram uma placa de cimento que servirá para aterragem do helicóptero Kamov, permitindo um mais rápido socorro médico na ilha.

"Tínhamos falado com as autoridades, mas não havia dinheiro para a obra", explica Sílvia Padinha, da Associação de Moradores da Ilha da Culatra. "Decidimos, por isso, juntarmo-nos, procurar apoios e fazermos nós a placa", acrescenta.

A obra foi conseguida apenas com os donativos recolhidos (alguns junto de empresas) e o trabalho voluntário dos culatrenses. "Todos participaram, dos mais novos aos mais velhos", diz Sílvia Padinha, referindo que os trabalhos foram executados "entre as 07h00 e as 16h00" de domingo.

A placa tem 17,5 m por 17,5 m e uma área total de 306,25 metros quadrados, é uma estrutura "obedece a todas as regras que nos foram comunicadas pelo Instituto Nacional de Aviação Civil, incluindo a melhor localização para a aterragem do helicóptero", frisa Sílvia Padinha.

Na Culatra residem cerca de mil pessoas, que, "agora, tal como os visitantes, vão sentir--se mais seguras", conclui.

Por:João Mira Godinho in CM

FIRESHELTER52

2 comentários:

emilio disse...

Vou comecar por dar os parabens a todos os moradores da Culatra,pela obra realizada,e mais ainda pelo exemplo,daquilo que pode surgir da uniao e da forca das pessoas a fazer lembrar que, mesmo em tempos de crise,e preciso gente como esta, com ideias e determinacao e que nao tenham medo de ir a luta, deitando assim maos a obra, contrariando o grave problema existente e fazendo aquilo que as instituicoes sempre se recusaram a fazer.Realmente como diz o velho ditado "a Uniao faz a forca" e aqui mais uma vez foi provado que o querer tem muita forca e assim sendo, a placa de aterragem para helicopteros foi finalmente construida, para bem de todos os moradores e visitantes daquela ilha.Na minha opiniao, e concerteza uma obra de extrema necessidade, porque se trata de salvar vidas,para alem de ser mais uma alternativa de Socorro a ja existente, que e feita por via maritima,mas esta, um pouco demorada(Segundo os moradores) atendendo e dependendo das condicoes da ria especialmente no inverno.Muitas sao as vozes agora que se tem levantado contra esta obra(mas possivelmente essas pessoas nao vivem ou residem por la)alegando ilegalidade na obra por falta de licenciamento,outros ate que prejudica o ecosistema e outros ainda a exigirem estudos ao impacto ambiental.Ora tudo isto ja foi feito e pedido as autoridades competentes,so que os moradores fartos de esperar e sem qualquer resposta resolveram avancar por eles proprios com medo que uma desgraca nao venha a acontecer dado que mais um inverno esta ai ja a porta.Para terminar,penso que esta comunidade organizada e sem a ajuda do estado, deu uma grande licao e mostrou o que e a verdadeira democracia a funcionar.

Culatrense disse...

Estão realmente de parabéns os Culatrenses pela construção do heliporto na Ilha da Culatra e levanta a voz contra não deve morar na ilha nem ter familiares que possam vir a precisar de um socorro rápido para salvar a vida.
O verdadeiro problema desta ilha é a construção dos 1º andar de forma urbanisticamente sem o mínimo rigor, os quais, com a desculpa de ser para os filhos que não têm casa, vão-se construindo e alugando a veraneantes conforme pode ser visto pelos vários existentes em imobiliárias e na net.
Muitas dessas construções até acabam por ser vendidas (especialmente a espanhóis) e cada vez que morre alguém da ilha e fica alguma casa vazia, em vez de ficar para alguém da ilha para suprir a falta de habitações para originários desta ilha, surge logo a tentativa de vender a alguém de fora.
As construções feitas após o Polis ter feito o levantamento (e não são poucas), feitas com a colaboração e conivência das Entidades que supervisionam a situação, tais como o Parque Natural da Ria Formosa e a Autoridade Marítima, que mesmo que vão à ilha nada fazem para contrariar essa tendência.
A própria Associação de Moradores poderia de alguma forma travar esse aumento desordenado, controlando de forma efectiva quem realmente necessita de habitação e quem é para alugar ou vender (ou mesmo, como acontece, vendem a própria casa e vão fazer um 1º andar por cima da habitação de algum familiar), mas infelizmente, nada faz.