O projeto, coordenado pela Universidade do Algarve (UAlg), arrancou há um mês com o início do levantamento de um total de 300 escolas, nas duas regiões, com o objetivo de avaliar não só a vulnerabilidade das construções, mas também de informar crianças e professores sobre como agir em caso de sismo.
Segundo disse o coordenador, João Estevão, à Lusa, esse trabalho visa também "identificar nas salas de aula possíveis perigos", já que "um simples móvel ou um vaso" podem representar um fator de risco embora, muitas vezes, as pessoas estejam mais preocupadas com a estrutura do edifício.
"A questão estrutural é muito importante e é o que origina mais vítimas em caso de colapso, mas, não existindo o colapso do edifício, podem ocorrer mortes devido à queda de elementos não estruturais"", sublinhou, observando que existem medidas que, se forem tomadas, "podem salvar muitas vidas, sem qualquer impacto em termos económicos".
De acordo com João Estêvão, a escolha da comunidade escolar e das crianças do ensino básico como público alvo deste projeto deve-se não só ao facto de ser uma faixa etária mais vulnerável, mas também porque o Estudo do Risco Sísmico e de Tsunamis do Algarve, de 2007, não contemplou a especificidade deste tipo de escolas.
"Há desde construções bastante modernas, que em princípio cumprem os regulamentos e as normas de segurança, a construções antigas, das décadas de 1940 ou 1950, quando ainda não existiam regulamentos para construção resistente a sismos, que são a nossa maior preocupação", observou.
O último regulamento nesta matéria em Portugal remonta à década de 1980 e, para João Estêvão, já está "algo desatualizado", não só porque, entretanto, o conhecimento evoluiu bastante, como pelo facto de haver sempre um "desfasamento de dez ou quinze anos" entre o início da pesquisa para a elaboração do regulamento e a sua publicação.
Com este projeto pretende-se também desenvolver um portal digital de avaliação de todas as escolas, assim como uma aplicação informática com um "ranking" da vulnerabilidade das escolas que poderá ser utilizado livremente pelas autoridades locais do Algarve e Huelva envolvidas.
Outros dos objetivos é propor medidas de reabilitação sísmica para as escolas avaliadas, por enquanto, apenas na rede pública, referiu.
O projeto envolve as universidades do Algarve e de Sevilha, as autoridades nacionais de proteção civil de Portugal e Espanha e a Comunidade Intermunicipal do Algarve.
O custo estimado do projeto - intitulado Projeto de Escolas Resilientes aos Sismos no Território do Algarve e de Huelva (PERSISTAH) - é de 536 mil euros.
O total aprovado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) é de 402 mil euros.
Por: Lusa
FIRESHELTER52
Sem comentários:
Enviar um comentário