“Este teste de uso fácil e resposta rápida será de grande utilidade no estudo da doença cardiovascular. Assim, conseguirão detetar precocemente a calcificação vascular e a inflamação associados a eventos cardiovasculares, que são a principal causa de morte dos doentes renais”, refere o CCMAR sobre uma investigação desenvolvida em parceria com o Centro Hospitalar Universitário do Algarve e em conjunto com a GenoGla Diagnostics.
A deteção precoce deste biomarcador, assim como a monitorização da evolução do mesmo no sangue, permitirá aos médicos uma maior e melhor monitorização dos tratamentos a que estes doentes são sujeitos.
Trata-se de “um passo muito importante dentro da comunidade médica”, que permitirá estratificar doentes e melhorar procedimentos de tratamento mais ajustados a cada paciente a jusante do diagnóstico.
A descoberta do biomarcador e a sua investigação têm beneficiado da parceria com a GenoGla Diagnostics (uma «spin off» do CCMAR na área da biotecnologia com aplicação na saúde e bem-estar), que detém o direito de exploração sobre a utilização deste biomarcador no teste de diagnóstico, cuja patente pertence ao CCMAR/UAlg.
Dina Simes e Carla Viegas são os dois rostos que se encontram à frente da GenoGla Diagnostics e também a coordenar a investigação sobre este novo biomarcador- a Gla-rich protein (GRP).
A GRP funciona como um inibidor de calcificação patológica e como um agente anti-inflamatório, que poderá ser um excelente biomarcador das calcificações vasculares e inflamação associadas à doença renal crónica. O potencial deste biomarcador é tão elevado que as investigadoras não descartam a sua eventual utilização como agente terapêutico, num futuro próximo.
O projeto é gerido pelo CCMAR e conta com o Centro Hospitalar Universitário do Algarve e a GenoGla Diagnostics como parceiros.
A estreita colaboração com os médicos Ana Paula Silva e Pedro Leão Neves, do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, através do seu serviço de Nefrologia, é decisiva para o projeto, que já valeu aos investigadores o reconhecimento nacional através da Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN), com o Prémio Roche – Teresa Azevedo 2017, pelo melhor trabalho de investigação científica não publicado.
A SPN destacou ainda o trabalho desenvolvido, atribuindo financiamento para um projeto de investigação que vai decorrer nos próximos dois anos, através do qual será levada a cabo a aplicação do teste de diagnóstico num estudo clínico mais abrangente em doentes renais que sofrem de diabetes.
A probabilidade de morte por doença cardiovascular é cerca de 15 a 30 vezes mais elevada nos doentes que sofrem de doença renal. Em Portugal existem atualmente mais de doze mil doentes em diálise e mais de sete mil transplantados renais.
A incidência de doença renal a necessitar de diálise a nível nacional foi em 2016 de 230 doentes por milhão de habitantes, sendo Portugal (dados de 2014) o 9.º país, a nível mundial, e o primeiro, a nível europeu, em termos de número de doentes que iniciam diálise.
A incidência na região do Algarve é ligeiramente superior à média nacional (235 doentes / por ano / por milhão de habitantes).
regiao-sul.pt
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