03/01/2019

TERMÓMETROS "NO GELO" E AO SOL - VALORES A NÃO CONSIDERAR

Respondendo a alguns pedidos de esclarecimento que nos têm sido feitos durante esta tarde, acerca de alguns valores de temperaturas bem baixas que têm aparecido nas redes sociais, nomeadamente valores registados por termómetros de viaturas "ao frio", gostaríamos só de esclarecer alguns pontos.


Um sensor de temperatura de uma estação meteorológica, para registar valores correctos e de acordo com as normas da Organização Meteorológica Mundial, deverá estar colocado numa estação instalada ao Sol e localizado no interior de um "escudo de radiação solar". A função desse "escudo", é impedir que o sensor seja atingido pela radiação solar directa e indirecta e, ao mesmo tempo, permitir a ventilação natural do ar exterior, através do interior do "escudo" e em redor do sensor. Desta forma, os valores registados são os valores reais da temperatura do ar em determinado instante.Para além disso, o sensor deverá estar a cerca de 1,5m do solo e a estação afastada de quaisquer edifícios ou obstáculos em seu redor.

Imaginem, agora, a situação dos termómetros dos nossos carros. Quando chegamos ao carro após uma madrugada com temperaturas negativas e formação de geada. Os valores que o termómetro do carro regista não corresponderão à real temperatura do ar, pois o próprio sensor, ao não estar protegido, acaba ele próprio por acumular gelo na sua superfície e a temperatura medida é a da superfície gelada do sensor, e não do ar. Só após a viatura estar em andamento alguns minutos é que se começará a registar um valor mais real da temperatura do ar.

Pelo contrário, no Verão, quando chegamos ao carro, que esteve ao sol parado durante algum tempo, quando o ligamos, o termómetro marca sempre temperaturas acima do real. Depois, quando já estamos em movimento durante alguns minutos, esse valor vai descendo e vai-se aproximando mais da realidade. Isto acontece porque com o carro parado, o ar não está a circular em redor do sensor de temperatura e toda a estrutura do próprio carro está a promover o aquecimento de todo esse ar. Quando o ar começa a circular, vai ajudar a arrefecer a estrutura do carro e a zona em redor do sensor e então já se começam a ter valores mais reais.

Também os termómetros que se vêem nas ruas, do tipo das farmácias por exemplo, não cumprem nenhum dos requisitos atrás referidos. Para além de estarem colocados no interior de estruturas de cor escura e em materiais que aquecem muito, também não permitem uma normal ventilação da zona do sensor. Desta forma, os valores registados estão sempre alguns graus acima do valor real.

Por isto, convém sempre ter em atenção estes factos e dar o devido desconto aos valores que se verifiquem nos "termómetros" atrás mencionados. Certamente que o valor real, estará sempre uns quantos graus abaixo ou acima do marcado

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FIRESHELTER52

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