16/08/2010

...E a indemnização?


José Pedro tinha 32 anos quando morreu, há um ano, ao serviço de Voluntários de Esposende. Regressava a casa depois de combater um fogo.

Um ano depois, a família ainda aguarda uma indemnização da seguradora e nem o patrão liquidou a dívida que tinha com o jovem.

"Deviam-lhe uns salários, nem sei quanto, mas dizem que a empresa está muito mal e que nos vão pagar mal possam.

Mas devem estar é à espera que a gente morra", desabafa Generosa, mãe de José Pedro, que, entre os dez filhos, era a sua grande companhia.

"Era o sustento da casa. E a minha companhia de todos os dias, a começar logo de manhã quando me ajudava a calçar as meias", conta, emocionada.

José Pedro, natural da pequena aldeia de Belinho, era bombeiro na corporação de Voluntários de Esposende quando, a 27 de Setembro de 2009, um despiste na A7, enquanto regressava com mais dois colegas, lhe retirou a vida.

O despiste do autotanque, seguido de capotamento e queda na Estrada Nacional 101, que liga Fafe a Felgueiras, resultou na morte de três elementos desta corporação e originou ferimentos ligeiros em outros dois.

"Tivemos apoio aí de uns cinco psicólogos que a câmara nos mandou.

Ajudaram, no início, mas é uma dor muito grande. Depois, esses apoios vão embora, já se sabe", conta ainda a mãe. Generosa, 66 anos, e o marido acabaram por recusar um apoio financeiro que a corporação de bombeiros queria atribuir.

"A vida dele era aquilo. Adorava os bombeiros e nós não quisemos ficar com esse dinheiro."

Por outro lado, o prémio do seguro da viatura contínua por atribuir. "Pusemos um advogado a tratar disso para que as coisas sejam tratadas de forma certinha.

Mas ao fim deste ano não recebemos nada, não sei se é normal", conta.

Os bombeiros falecidos neste acidente serão homenageados este mês pela Câmara de Esposende, a titulo póstumo.

Fonte: DN

FIRESHELTER52

1 comentário:

João Horta - FIRESHELTER52 disse...

È aqui que sinto falta dos “parladores” dos jornais...

Então, onde andam os homens que sabem tudo, e que resolvem os problemas dos bombeiros?

Este já não é o primeiro caso...

Onde andam as instituições e organismos que agora em tempo de guerra aos incêndios vão para a comunicação social falar deste e daquele?

Onde andam agora as instituições que nesta altura buscam protagonismo em torno dos problemas dos bombeiros em Portugal?

Quem defende os bombeiros?

Quem quer fazer alguma coisa pelos bombeiros sem querer receber “quase” nada em troca?

Um ano?

Seguros?

Quem falava á uns dias atrás que os seguros dos bombeiros tinham sido revistos, para melhor claro?

Vergonha...

Medalhas e condecorações a títulos póstumos?

...Cobardes...