Cerca de dois mil bombeiros profissionais já foram despedidos este ano em todo o país devido às dificuldades financeiras das corporações e às alterações das regras de transporte de doentes, afirma o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais.
"Em média, as mais de 400 corporações existentes estão a ser forçadas a rescindir contratos com dois a três trabalhadores, mas há situações muito mais graves, pelo que facilmente se chega aos 2.000 despedimentos desde o início do ano", afirmou Sérgio Carvalho.
O dirigente, que lidera o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais e é vice-presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, participou hoje no Algarve em duas reuniões para debater com colegas da região as dificuldades que as corporações atravessam.
Entre os temas debatidos, os profissionais consideraram particularmente grave a situação resultante da impossibilidade de as câmaras municipais abrirem novos concursos e o bloqueamento de carreiras na administração pública imposto pelo Governo, que, asseguram, está a levar à falta de graduados.
"Já não temos graduados suficientes e temos elementos a chefiar com postos em que, numa outra situação, seriam eles os chefiados", ilustrou Sérgio Carvalho.
Segundo o dirigente sindical, as dificuldades financeiras das autarquias fizeram reduzir em alguns casos para metade o financiamento autárquico aos corpos de bombeiros, que já anteriormente viviam situações difíceis.
Além desses problemas, as alterações de regras do transporte de doentes -- modificadas em legislação saída a 15 de maio -- gerou ainda mais dificuldades às corporações, cujos profissionais "dependiam financeiramente das associações humanitárias que viviam desse transporte", apontou.
Além das rescisões de contrato, que segundo Sérgio Carvalho nalguns casos englobam a totalidade dos profissionais das associações humanitárias, há várias situações de salários em atraso em todo o país.
Os profissionais queixam-se ainda dos baixos salários e das precárias condições de que são obrigados a usufruir, observando que um bombeiro profissional ganha 1,70 euros por hora no seu turno de serviço, o que o obriga a trabalhar à noite como voluntário pelo mesmo valor/hora.
"Uma vez que ele é profissional, é obrigado a fazer descontos pelo serviço prestado no seu turno de serviço, pelo que ganha menos do que um voluntário, que não paga impostos", disse.
As reuniões de hoje em Faro e Vila Real de Santo António enquadram-se num conjunto de iniciativas idêntica em outras zonas do país para avaliar a situação dos corpos de bombeiros a nível nacional.
Fonte: JN
FIRESHELTER52
1 comentário:
"Os profissionais queixam-se ainda dos baixos salários e das precárias condições de que são obrigados a usufruir, observando que um bombeiro profissional ganha 1,70 euros por hora no seu turno de serviço, o que o obriga a trabalhar à noite como voluntário pelo mesmo valor/hora."
Isto é mentira, sou bombeiro profissional no município de Tavira não ganho um 1,70 euro hora e de forma alguma vejo necessidade de fazer turnos noturnos a 1,70 euro hora...
Existe um serviço paralelo, totalmente voluntário em que o bombeiro é ressarcido a 30 euros mais refeições por 12 horas...
Não deve generalizar pois leva a erros de interpretação se acontece isso deve-se dizer onde e separar o trigo do joio, as eleições são só para o ano!!!
Isto ou é má interpretação jornalística ou é uma falsidade tamanho de um camião TIR...
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