10/07/2012

Quando uma Criança se perde na Praia

Um assunto muito importante e de relevante interesse na transmissão e partilha de informações sobre o tema, principalmente nesta altura onde as palavras crianças e praias estão ligadas com sinónimos de felicidade, alegria e loucura.

Talvez umas das coisas mais terríveis que possam acontecer aos pais é por breve instantes perderem de vista os seus filhos numa praia apinhada de gente, barulho, jogos, correrias...

A maioria das vezes que tal ocorrência é registada é principalmente junto das sombras, onde a areia é mais branca, seca e ao nosso lado estão centenas de pessoas com toalhas e sombrinhas às cores.

A visão das crianças é muito mais sensível à luz e ao seu reflexo na areia e na água, o que faz que em caso de encandeamento as mesmas se desviem um pouco do local de referência dirigindo a sua marcha no sentido oposto daquilo que os está a incomodar.

Quando o encadeamento passa e a criança tenta aperceber-se da sua localização pode facilmente estar confundida com as cores das sombrinhas, fatos de banhos e outros objetos.

Associado ao medo e à ansiedade a criança começa a andar na areia tentando fugir da luz solar, do vento e do calor.

A luz solar talvez seja o fator mais pertinente, pois devido aos seus frágeis olhos a mesma vira costas ao sol e começa a andar, com tendência para se deslocar onde a areia é mais estável e fresca, mas raramente entram na água.

O vento também pode ser um constrangimento, pois o mesmo ao soprar incomoda a visão mas principalmente a audição defendendo-se a criança seguindo no sentido do mesmo.
Como geralmente a areia seca está quente e é difícil andar sobre a mesma, a criança procura estabilidade e segue junto da areia mais fresca e estável.

E com estes fatores a criança em minutos está quase uma centena de metros afastada da sua localização inicial.

Outro fator que influencia e muito a procura é a ansiedade dos cuidadores das crianças, que após repararem que a mesma não se encontra ao pé deles entram em ansiedade e perdem a calma, o que faz que a visão e a atenção da procura sejam desviadas por um sentimento de negligência e culpa da parte deles.

Para que tal não aconteça o melhor é termos em conta alguns cuidados.

Explique-lhe antes de ir para a praia, o que deve fazer em caso de se perder:

Não se mexer do local onde se encontra.
Não entrar na água.
Não seguir ninguém.
Pedir ajuda, alertando os adultos que se encontrem junto dele.
No entanto, por precaução pode ainda marcar a roupa da criança com o nome da criança e o número de telefone dos pais.
Existem à venda braceletes que podem servir para identificar as crianças.


No caso dos cuidadores:

Devem manter a calma e concentrarem-se na situação.

Um dos cuidadores deve deslocar-se junto de um nadador salvador e pedir ajuda, normalmente é anunciado em algumas praias e piscinas por altifalantes a situação alertando os outros utilizadores do espaço da situação.

O outro cuidador deve iniciar a busca, tendo em conta que a probabilidade da criança ter seguido com as costas viradas ao sol são as mais elevadas, sendo que durante a mesma deve perguntar ao pessoal na praia se viram a criança deslocando-se por ai, poderá ir chamando pela criança enquanto se desloca.

No caso da situação não se resolver em breves instantes deve sem dúvida alguma ligar 112 e pedir ajuda, os serviços de emergência darão resposta à sua solicitação e enviarão ao local ajuda policial se necessário.

Caso disponha de mais informações que possam ser úteis para resolver uma situação que envolva crianças desaparecidas nas praias, por favor dê o seu contributo nos comentários e relate a situação que viveu, estará a ajudar outros leitores que um dia poderão ter de passar pela mesma situação.

Ainda:

Programa PSP “Estou aqui”

A PSP apresentou o programa Estou aqui! que, mediante a distribuição gratuita de cinco mil pulseiras, se propõe agilizar a tarefa, não de localizar crianças desaparecidas, mas de promover o reencontro destas com os seus responsáveis
Os interessados devem dirigir-se a uma esquadra, levantar a pulseira e posteriormente aceder à Internet onde terão de preencher um formulário em que associam o número de identificação da pulseira aos seus contactos pessoais.

“Este programa não é para perceber onde andam crianças perdidas. É um programa para conseguirmos, de forma mais rápida e eficaz, o reencontro de uma criança que se tenha perdido com o seu pai ou mãe”, precisa o porta-voz da PSP, Paulo Ornelas Flor, para acrescentar que, em havendo interessados, os parceiros associados a esta iniciativa estão preparados para disponibilizar um maior número de pulseiras. “Também não colocamos de parte a possibilidade de alargar esta iniciativa a outros períodos do ano”, acrescentou.

Apesar de ser possível tecnicamente, as pulseiras do Estou aqui! não estão dotadas de nenhum sistema de georreferenciação, esse sim, susceptível de ajudar a localizar crianças desaparecidas. “Não colocamos essa hipótese de parte, mas consideramos que a sociedade ainda não está preparada para isso, pelas questões que levanta em termos de proteção de dados”, justificou o porta-voz.

Segundo dados da PSP, 12.491 desaparecimentos de crianças e adolescentes foram registados entre 2006 e 2010, sendo que a respectivas taxa de reaparecimento foi de 97%.

28.06.2012 - 17:13 Por Natália Faria
http://www.publico.pt/Sociedade/psp-lanca-programa-estou-aqui-para-ajudar-criancas-perdidas--1552469


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