12/01/2013

Chefe de missão portuguesa recorda "cenário caótico"

Em 2010 o comandante Elísio Oliveira, da Autoridade Nacional de Proteção Civil, liderou a equipa de 29 pessoas que partiu de Lisboa três dias depois do sismo, para montar um campo de desalojados em Port-au-Prince.

A 12 de janeiro de 2010, um sismo de magnitude 7,0 arrasou Port-au-Prince, causando 250 mil mortos e deixando 1,5 milhões de desalojados. Portugal respondeu ao apelo de ajuda dos haitianos e enviou uma missão.

"Era um cenário caótico, mas temos noção que o sismo foi apenas mais um evento na vida dos haitianos", contou ao DN o comandante. "A memória que se guarda para além de todos os aspetos nefastos do próprio sismo, os mortos, os desalojados, a fome, a falta de condições sanitárias, as dificuldades em termos de emergência médica, foi a forma como foi feito o agradecimento do povo haitiano à nossa colaboração." Elisio Oliveira destacou o reconhecimento que a missão teve, "com cânticos das próprias crianças numa demonstração de afecto extraordinária que marcou sem dúvida os elementos da missão".

A equipa portuguesa - composta por 24 membros da Autoridade Nacional da Proteção Civil, do INEM, do Instituto Nacional de Medicina Legal e dos Bombeiros, além de cinco elementos da AMI-Assistência Médica Internacional - partiu a dia 15 de janeiro para o Haiti. A sua missão era prestar apoio médico, sanitário, montar e gerir um campo de desalojados e fornecer bens não alimentares de primeira necessidade, como purificadores de água.

Elísio Oliveira destacou o trabalho de todos os elementos, em colaboração com o hospital universitário da Universidade de Miami. "Era um pouco mais além da medicina de catástrofe. Arrisco-me a dizer que era medicina de guerra, porque o que se fazia era proceder a amputações", contou ao DN.

"Os portugueses fizeram um trabalho brilhante, não apenas na organização e na colaboração com os responsáveis do hospital, mas também no apoio humano. Imagens como um bombeiro português a alimentar uma criança com um braço partido, ou um enfermeiro do INEM que tinha tempo para se sentar ao lado de uma criança, ajudando-a a fazer um desenho... São momentos que nos marcam."

Veja mais em: http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=2989256&seccao=EUA

FIRESHELTER52

Sem comentários: