A falta de um corpo organizado envolvendo meios humanos e materiais capazes de debelar ou circunscrever rapidamente um sinistro no espaço estrutural poderá colocar em causa o desenvolvimento de uma comunidade.
Este tipo de estrutura é imprescindível, independentemente dos custos sociais e financeiros que podem traduzir à entidade que o tutela.
Tavira, Cidade, viveu em tempo não muito longincos momentos de aflição que por mero fator meteorológico não destruía um dos maiores e mais importantes hospitais da época e um paiol de pólvora após os mesmos ficarem expostos a um violento incêndio urbano nas suas áreas limítrofes.
Escreve-se que:
Tavira adormecera naquela noite de 30 de Março de 1881, sob um violento temporal, com a chuva a cair copiosamente nos belos telhados de tesoura.
Era meia-noite e meia hora quando, então se fez ouvir um medonho trovão que fez tremer toda a cidade e acordar sobressaltada a população.
A princípio tudo parecia não passar de um susto coletivo, mas as consequências daquele fenómeno viria a trazer graves consequências para o património arquitetónico da terra.
Um relâmpago incendiou, de imediato, a Capela Mor da Igreja de São Francisco, a riquíssima Capela dos Terceiros.
As testemunhas oculares desta tragédia foram as sentinelas prostradas nos torreões do quartel militar que estavam próximos da igreja.
Uma das sentinelas diria, depois, que vira cair um raio no zimbório da igreja (cúpula), com tal susto que acabou por desmaiar. Outra sentinela que montava guarda ao paiol da pólvora do referido quartel, distante apenas por 50 metros do local do incêndio, vendo sair línguas de fogo pelas frestas do zimbório da igreja gritou às armas para chamar a atenção do oficial e do reforço de guardas do quartel.
Pouco tempo depois todos os sinos das torres das igrejas da cidade tocaram a rebate, fazendo saltar da cama a população.
Muita gente acorreu, então, a ajudar na luta contra o incêndio que devastava o belo templo, mas apesar de todos os esforços em poucos momentos tudo ficou reduzido a cinzas acabando apenas por se salvar a Capela da Senhora da Boa Morte e a denominada “Santuário”.
Felizmente o vento que inicialmente se fazia sentir acalmou repentinamente evitando que o incêndio se propagasse ao Hospital que ladeia a igreja ou mesmo ao paiol militar próximo do local do incêndio, acabando os populares e os militares por extinguir as chamas”...
Entre estas, outras histórias levaram a que as comunidades criassem corpos devidamente organizados e dotados de meios materiais e humanos para que face a ocorrências deste e de outro tipo pudessem ajudar as pessoas e salvaguardassem os seus bens...
Estes corpos de bombeiros custam muito dinheiro ao erário público, mas gastariam muito mais se os mesmos não tivessem sido outrora criados, instruídos e mantidos até aos dias de hoje.
FIRESHELTER52
1 comentário:
A historia das cidades,foram frequentemente marcadas pela ocorrencia de incendios grandes, ou incendios que,na sua maioria, assumiram efeitos devastadores tal como este em 1881 em Tavira.E certo que naquele tempo, as ocorrencias eram em menor proporcao.Nao havia grandes edificios,nem os milhares de carros e motos causando acidentes e atropolamentos,nao havia tantas ocorrencias, e a populacao, era muito menor.Portanto, como se pode imaginar, os meios para combater todos estes acidentes,ha uns anos atras, eram muito diferentes dos que existem hoje.Nesse tempo, e segundo os registos,quando algum incendio urbano ocorria, era atravez do sino da igreja, que se alertava tota a populacao, e quando isso acontecia, toda a gente corria para o local, para ajudar a apagar o fogo, tentando salvar pessoas e bens,mas, de poucos instrumentos e preparacao, dispunham para o efeito.Hoje ja imagino, por qual a razao,que nesse tempo,todas, ou a maioria das habitacoes, que tinham quintal, havia um poco, que para alem se servir para outros fins era tambem tomado como medida de prevencao. Era uma epoca onde havia os aguadeiros, que eram homens pagos, a quem competia chegar mais rapido aos locais de incendio com a agua dos seus barris cheios, e em carrocas puxadas por cavalos.Dai tambem e em quase todas as cidades,(tal como a nossa)existirem inumeras fontes ou bicas que serviam tambem de local para as pessoas, irem abastecer as pipas ou cantaros.Tudo isto foi acontecendo a este ritmo, ate que se sentiu a necessidade da PREVENCAO e de formar pessoas, treinando-as, para acudirem em casos de calamidades.Este incendio em Tavira foi ha 132 anos,na epoca, ainda nao existia a atual corporacao de Bombeiros, aparecendo esta, sete anos depois, dado a necessidade de criar algo devidamente organizado e operacional para defender as suas populacoes, o que tem vindo a acontecer ate os dias de hoje!
A titulo de curiosidade, e recorrendo a historia;E segundo os registos, o primeiro agrupamento a existir de combate a incendios foi na CHINA.Entretanto foi na antiga ROMA que surge uma das primeiras organizacoes de combate ao fogo foi quando AUGUSTO que se tornou imperador em 27 A.C.,formou um grupo de soldados e escravos para patrulhar as ruas que para alem da missao de policiar a cidade tambem tinha a missao de impedir incendios. Chamavam-se VIGILES!
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