Para realizar o estudo, os cientistas utilizaram milhões de registos de chamadas móveis fornecidos por operadores de telecomunicações móveis de Portugal e França. “Em Portugal, tivemos acesso aos dados de dois milhões de utilizadores (cerca de 20% da população) e em Franca aos de 17 milhões de utilizadores (perto de 30% da população)”, disse ao PÚBLICO Catherine Linard, co-autora da Universidade Livre de Bruxelas (Bélgica). Porquê Portugal? “Escolhemos Portugal simplesmente porque tínhamos acesso a uma base de dados de chamadas e os dados do censo português são suficientemente precisos”, explica a cientista.
Os dados de recenseamento são necessários para calibrar os parâmetros do método que permite mapear a população a partir das chamadas móveis. E serão sempre necessários, salienta ainda, uma vez que os comportamentos ligados à utilização do telemóvel podem evoluir. “Precisamos deles nem que seja para conhecer o número total de habitantes” de um país.
O método dos telemóveis tem contudo uma clara vantagem em relação ao das imagens de satélite: é mais robusto quando não há dados de recenseamento, diz Catherine Linard. Claro que é sempre melhor dispor desses dados, mas mesmo quando eles não existem, consegue-se obter uma boa estimativa da população directamente a partir dos registos de chamadas e da taxa de penetração dos telemóveis. Algo que não é possível com o método da detecção remota, onde o cálculo das densidades populacionais só pode ser feito com base nos censos.
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