13/08/2010

Protecção Civil e Associação de Municípios às avessas


Figura dos comandantes municipais de protecção civil e planos municipais de emergência são os principais pontos de discórdia.

A Associação dos Técnicos de Protecção Civil e a Associação Nacional de Municípios não se entendem.

Em resposta às reiteradas críticas dos autarcas quanto à falta de coordenação de meios, os Técnicos de Protecção Civil apontam o dedo à Associação Nacional de Municípios e esta reage com outras acusações.

"Protecção Civil está coxa" por causa das Câmaras.

“A estrutura nacional de Protecção Civil está coxa, porque os senhores presidentes de Câmara, de forma que nos parece organizada, recusam-se a cumprir o que está escrito na lei e não nomeiam os comandantes operacionais”, acusa Ricardo Ribeiro, presidente da Associação dos Técnicos de Protecção Civil.

“Vai ser um problema cada vez que houver necessidade de fazer coordenação de meios no terreno”, considera, dirigindo a acusação à Associação Nacional de Municípios (ANMP): “Das 308 Câmaras existentes no país, só cerca de 20% é que nomearam comandantes operacionais”.

Na resposta, Jaime Soares, responsável da Protecção Civil na ANMP, admite que nem todos os municípios dispõem de comandantes municipais, mas classifica o cargo de inútil.

"Comandantes municipais são elemento adicional de confusão"

“Os comandantes operacionais municipais são um elemento adicional de confusão no sistema, não vêm trazer nada de novo, nada que interesse ao combate, à programação”, afirma.

“Por isso é que toda a gente, nomeadamente a Associação Nacional de Municípios, foi contra a criação do comandante operacional municipal, mas quem pode mandar manda, mesmo que mande mal e os municípios terão que obedecer e muitos já ocuparam os lugares”, acrescenta.

Mas há outra acusação que os Técnicos de Protecção Civil fazem à ANMP.

Nas suas declarações à Renascença, Ricardo Ribeiro dá o exemplo do grande incêndio de São Pedro do Sul para demonstrar que os planos municipais de protecção estão desactualizados na quase totalidade dos municípios.

Só 20 Câmaras têm planos municipais de emergência aprovados

“Em Portugal, só cerca de 20 Câmaras é que têm os seus planos municipais de emergência actualizados e aprovados”.

Recordando “o que aconteceu em São Pedro do Sul, até hoje não temos notícia de que o seu presidente tenha, em algum momento, activado o seu plano municipal de emergência, provavelmente porque ele está desactualizado”.

A Associação Nacional de Municípios reconhece que em inúmeras autarquias não está actualizado o plano municipal de combate a incêndios, mas sublinha não existe um vazio.

Planos municipais não são feitos em "pronto-a-vestir"

“Esse senhor é useiro e vezeiro em mandar para o ar muitas asneiras sem saber o que está a dizer, nomeadamente aos planos municipais de protecção civil, que não podem ser feitos pronto-a-vestir ou encomendados à empresa dele”, critica Jaime Soares.

Oscar_Bravo:MS

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