15/11/2010
Chefe Manuel Correia BSB Porto
Posição de chefe de serviço afastava-o mais das ruas mas, no sábado, "por falta de efectivos, foi ajudar a combater o incêndio que acabou por lhe tirar a vida", contou a família.
O bombeiro, de 52 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu em serviço na madrugada de ontem. Tinha 23 anos quando ingressou nos Sapadores Bombeiros do Porto. Volvidos 28 anos, era chefe de serviço. Casado com Emília Pinto e pai de três filhos de 22, 19 e 11 anos, a família foi avisada por uma psicóloga e colegas que se deslocaram a Lousada, onde vivia, para informar do óbito. "Foi-nos roubado", diz cunhada, Isabel Ferreira.
Manuel Vicente Correia era natural e residente em Lousada e há cerca de dois anos foi promovido a chefe dos Sapadores do Porto, posição que o afastava mais das ruas. "Mas quis o destino que no sábado, por falta de efectivos, fosse ajudar a combater o incêndio que acabou por lhe tirar a vida", desabafou Isabel Ferreira. O Lugar do Cruzeiro, em Boim, Lousada, está mergulhado em tristeza desde a chegada da notícia da sua morte.
Segundo a cunhada, o chefe Correia, como era conhecido, "era um homem muito calmo, pacífico, muito querido aqui no lugar e que amava a profissão que tinha, vivia--a muito e estava sempre com vontade de trabalhar". Mas esta paixão fazia com que a família "andasse sempre com o coração nas mãos, em sobressalto", apesar de ele nunca "ter tido nenhum receio e de ser muito cuidadoso". Nunca tinha sofrido nenhum acidente, "apesar de já ter feito trabalhos mais perigosos do que este".
No batalhão, a voz embarga-se quando são pedidas algumas palavras sobre este "homem da casa", um profissional tão "cauteloso". "Um porreiro, responsável, cumpridor, bem-disposto, acarinhado pela corporação, muito respeitado", afirma o 2.º comandante, Pais Rodrigues. Manuel Monteiro, que tem a mesma graduação de Correia e com ele entrou na corporação a 27 de Setembro de 1982, não consegue destacar um momento especial da carreira do colega, "tantas e tão diversificadas são as ocorrências". Mas ressalva o facto de sempre ter sido "um camarada para o seu amigo, sem grandes conflitos e que tentava gerir o pessoal sempre da melhor maneira".
O batalhão está a viver "um momento difícil", mas todos estão cientes da sua missão: "Não podemos parar, temos de continuar."
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FIRESHELTER52
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